Em Reportagem- Por Daniel Moreira
O número de pessoas com problemas mentais em Cabo Verde e no mundo tem aumentado significativamente, tornando-se um fato importante. Desta feita, merece uma atenção especial por parte das famílias, as instituições e a sociedade em geral.
Doença mental é
um termo que abarca tudo: a clínica, as ciências e a sociedade. Já é antiga a
afirmação: “de médico e de louco todos temos um pouco”. Todos “podemos” afirmar
quem é doente mental, mas não estamos imunes à doença mental. As doenças
mentais não são problemas da vida, são um problema na vida do doente.
As pessoas não adoecem porque querem ou escolheram ser doentes. Também não melhoram apenas com a vontade e desejo pessoal. A pessoa com doença mental necessita de tratamento como qualquer outra pessoa que sofra de diabetes, cancro ou hipertensão arterial.
A doença mental deve ser encarada como algo que funciona mal no nosso cérebro e que provoca a doença, tal como noutras doenças orgânicas ou como resposta a circunstâncias anormais e, neste caso, constitui uma disfunção psicológica.
As pessoas não adoecem porque querem ou escolheram ser doentes. Também não melhoram apenas com a vontade e desejo pessoal. A pessoa com doença mental necessita de tratamento como qualquer outra pessoa que sofra de diabetes, cancro ou hipertensão arterial.
A doença mental deve ser encarada como algo que funciona mal no nosso cérebro e que provoca a doença, tal como noutras doenças orgânicas ou como resposta a circunstâncias anormais e, neste caso, constitui uma disfunção psicológica.
Segundo a psiquiatra “Kika Fernandes”, os transtornos são
muitos, e aumenta cada vez mais em virtude do estilo de vida que levamos hoje
“as pessoas tem menos tempo para dormir, para comer, fazem tudo as pressas e
não levam uma vida saudável. As preocupações, o stress vem aumentando nº de
doentes não só psicológicas como também fisicamente.
O desenvolvimento dessas doenças estão cada vez mais
frequente principalmente a depressão e a esquizofrenia que são perigosas.
É preciso muita atenção e cuidado com os riscos, que
existem quando um doente mental não está medicado, uma vez que estão sujeitas a
reagir inconscientemente “ 0 cérebro produz imagens e vozes alucinatórias,
fazendo com que a pessoa vê ou ouve coisas que não estão presentes”, sublinha.
Grande parte das pessoas. Com essas caraterísticas estão
aptos a viver na rua, isto porque são rejeitadas pela família ou, porque não
possuem moradia própria.
São pessoas maltratadas, que perderam a afetividade e que a
falta de assistência ( a não hospitalização ) psiquiátrica conduz a escolha,
aliás, a falta de escolha “morar na rua”.
As dificuldades de controlar um doente levam a família a
excluí-lo nos seus ambientes de convivências, permitindo o isolamento social
dessa vítima. “Quanto mais a família ficar ausente, mas a doença encontra
espaço de exposição da pessoa. Não preocupam e não dão nenhuma atenção”,
acrescenta a doutora.
O psiquiatra João Vaz por sua vez realça que “tratar de
pessoas com distúrbios não é muito fácil, tanto para o doente como para as
famílias e os responsáveis de saúde. No entanto, precisa-se dar um pouco de
atenção aos doentes que vivem na rua, no sentido de melhorar a sua saúde”.
Termina afirmando que isto só é possível através do
trabalho em conjunto entre a família, os responsáveis da saúde e a sociedade em
geral.
O preconceito e a discriminação dos portadores de doenças
psicoafectivas necessitam ser ultrapassados para garantir a assistência social,
saúde, habitação e segurança dos mesmos. Conviver com a diferença é um desafio
de todos.
No entender da psiquiatra, a doença ataca qualquer pessoa,
em qualquer momento da vida, por isso, não devemos ver um “louco” por baixo, só
porque são anormais. “No dia em que percebemos que essas pessoas não escolheram
o seu destino e que não têm culpa de nada, aprendemos a viver com a diferença,
deixando de lado o preconceito, porque pode ser que amanham, eu possa precisar
de ajuda”, esclarece.
Maria Barros-Doméstica |
Maria Armanda Barros é uma doméstica que cuida de uma irmã
portadora de distúrbio psicótico. “Eu sei o quanto é difícil isso. Minha irmã
hoje é portadora de transtorno e, lidar com isso é algo que nem todos sabem.
Ela até me atacou dentro da minha casa, mas eu só defendi porque sei que isso
está para além da sua consciência. Mas acreditou que um dia ela possa ficar bem
com o tratamento” salienta a doméstica..
.
Locais De tratamento
O Hospital Agostinho possui um serviço de psiquiatria, com
extensão trindade que acolhe as vítimas que acolhe as vítimas de problemas
psicoafectivos, que, embora não tem uma especialização avançada, está a
progredir em relação ao funcionamento, assistência e segurança dos pacientes.
Também existe uma outra instituição que trabalha em função da promoção da saúde
mental. É ela a PONTE.
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