Por: Daniel Moreira
De entre esperança e
preexistência é assim que vivem os Cabo-verdianos ano após anos na época de
trabalhar a terra.
Cabo Verde é considerado
um país onde uma grande parte da população pratica a agricultura, em que o
terreno é favorável, mas a chuva não é abundante, com isso a única esperança é
depositada em Deus época após época, Visto que nem todos os anos São considerados
como bons anos agrícolas.
No que tange ao ano
transato, 2015 para a maioria foi um ano de muita comida, dado a abundância da
chuva e a bondade de Deus, o que permitiu uma larga escala de colheita de
produtos agrícolas. Para Manuel um praticante da atividade agrícola assegura
que o ano transato foi de muito sacrifício por causa de algumas pragas de
bichos nas plantações, mas que ouve muita chuva e que isso fez com que o ano
agrícola ser bastante satisfatório.
Em Tarrafal de Santiago
mas concretamente na localidade de Achada Moirão, onde a maioria da população
pratica a agricultura, Na caída das primeiras chuvas por volta dos miados do
mês de julho, começam as especulações dos mais velhos de como será o novo ano
agrícola.
“ Purgueiras e seus
frutos, tais como nuvens no céu, são algumas formas de ter uma breve ideia se
terremos ou não um bom ano agrícola e se a chuva será em abundância ou não”,
declara a dona Inês de 82 anos.
Modo
de Prática
Por volta das 6 h ou até
mesmo 5 h da manhã são esses os primeiros a se levantarem para irem trabalhar a
terra, os nomeados de “cobadores”, em que juntamente com a sua fé e os seus
féis companheiros que são as enxadam e um recipiente de água. Esses
instrumentos são essenciais para os que vão começar a trabalhar a terra,
percorrendo por vezes km a pé para chegar ao local.
Já
por volta das 8h vão chegando as denominadas de “Semediadeiras” que são
maioritariamente mães chefes de família com os seus preciosos ventais e sem
faltar as sementes que vão ser lançadas a terra para depois vir colher os
frutos.
Tempos depois segue-se
para a monda, onde todos se juntam para tirar a palha que dificulta o
crescimento do milho e não só. Para a Teresa moradora de Achada Moirão “ A
monda é uma das fases mais difíceis visto que dá mais trabalho e
conscientemente demora mais tempo o que implica juntar mais pessoas para poder
terminar o trabalho bem executado”. Diz Ela que ela consiste em duas ou mais
fases, a monda, a remonda, e alguns casos até a tris monda. Por volta dos meados
do mês de outubro e novembro começa- se a surgirem os primeiros resultados para
o consumo.
Lá para o mês de Dezembro
E janeiro segue-se a colheita, em que começa-se colher tudo aquilo que se cultivou.
Relatos na Primeira Pessoa
Relatos na Primeira Pessoa
Ana uma mulher de 57 anos de idade, residente na
mesma localidade, assegura que a prática da agricultura é o único sustento que
ela possui para cuidar da família e sustentar a escola dos filhos, já que o
marido já faleceu há muito tempo. Mora ela numa casa humilde de telha,
juntamente com os dois filhos, a Leila de 17 anos e o Rui de 15. Possui uma
propriedade
privada que era do marido. Ali afirma a mesma que cultiva um pouco de tudo, o Milho,
feijão, e algumas hortaliças e legumes para a venda. Possui uma rotina bastante
preenchida, isto porque de manhã por volta das 5h lá está ela pronta para mais
um dia de trabalho na sua propriedade. Vestida de uma saia comprida que
aparenta ser bastante velha e uma blusa de cor branca e um casaco e também umas
calças azuis. Começa o dia plantando algumas hortaliças como couve, e alface,
ela faz a “monda” das palhas o que impede o desenvolvimento das hortaliças e
legumes. Por volta das 7:30h lá está a Leila a filha carregando um balaio de
alimentos em direção a mãe, em que esta sem mas demora começa logo a tomar o
seu pequeno-almoço. Depois disso lá está a mulher de novo com a mão na enxada e
a coragem que nunca falta trabalhando a sua terra.
Debaixo de um sol
abrasador a mulher batalhadora continua a fazer constantemente os seus
trabalhos na esperanças de que nada lhe faltará para cuidar dos seus filhos, e
que Deus á de ver para os mais necessitados e nunca á de faltar pão para satisfazerem
a fome.
Por volta das 13h o sol
intensifica-se, mas a mulher só para dar uma respiração, ou beber um pouco de
água continua trabalhando terra. Já mesmo pouco tempo para as 16h a mulher
recolhe os seus pertences num compasso bem lento por causa do cansaço, põe-se
de novo em direção a sua casa para terminar mais um dia de trabalho e garantir
o futuro dos seus filhos.
Sem comentários:
Enviar um comentário